Um sobre Zero #30
Olá, eu sou o António Lopes e esta é a newsletter do Um sobre Zero, um podcast sobre o futuro da ciência e tecnologia.
Para entrar no fim de semana de bom humor
Isto faz-me lembrar o Governo a legislar sobre tecnologia:
Anteriormente... no Um sobre Zero
No episódio 66 do Um sobre Zero, o Carlos Morgado, o Pedro Pinheiro e o Rui Carmo reagiram ao episódio anterior da conversa com o GPT-3. Foi uma boa discussão sobre o presente e o futuro deste tipo de tecnologia.
Twitter e Instagram amigos outra vez
Durante vários anos, quando se publicava um link para o Instagram no Twitter, esse link não recebia o mesmo tratamento que outros links, como por exemplo links do YouTube que acabam por gerar uma pequena visualização dos vídeos correspondentes aos links partilhados.
Isto devia-se a uma pequena vingança que surgiu do tempo em que o Twitter queria comprar o Instagram, mas este acabou por aceitar ser comprado antes pelo Facebook. O mau-estar desse negócio foi tal, que o Twitter reagiu da maneira que bem sabemos: impedindo que os links do Instagram não dessem origem a essas visualizações das imagens que permitiam ver logo a foto a que se referiam.
Agora, do nada, e tudo por causa de um encontro secreto entre executivos das duas empresas, a paz voltou e o próprio Instagram usou o Twitter para fazer o anúncio de que tudo voltou a ser como antes:
Acho que isto parece mais uma união conveniente numa tentativa de se tornarem mais relevantes face ao inimigo comum que é o TikTok.
The enemy of my enemy...
Spotify: o sítio para tudo o que é áudio
O Spotify já tinha mais do que mostrado que é o espaço para o mundo de streaming de música. Depois começou a batalha pelo mundo dos podcasts. Agora o Spotify quer definitivamente consolidar a sua posição como o sítio para tudo o que é áudio. Com a aquisição da Findaway, uma plataforma distribuidora de audiobooks, o Spotify está a tentar tornar-se no sinónimo de áudio na internet. O que será que vão apostar a seguir? O mundo da Rádio?
Apple a comprar anúncios Google
A comissão percentual de 30% que a Apple ganha com qualquer compra de apps na sua App Store é de tal forma importante para o seu modelo de negócio, que a Apple está disposta a gastar dinheiro em anúncios nos concorrentes para obter esse dinheiro. Neste caso, parece que a Apple tem agido pela calada para comprar anúncios via Google para redirecionar os utilizadores para comprarem e subscreverem serviços de certas apps iOS (as que têm valores mais elevados) diretamente na App Store em vez das localizações alternativas oferecidas pelos criadores dessas apps.
À primeira vista, isto até pode parecer bom para esses criadores de apps que estão na prática a receber publicidade "gratuita". Mas se pensarmos que, utilizadores que já estariam interessados em adquirir uma app ou subscrever um serviço dentro da app, estão a ser redirecionados para a App Store em vez de poderem comprar o mesmo produto diretamente ao criador, então na verdade, isto significa que os criadores dessas apps estão a perder 30% do seu rendimento com esta manobra.
FBI hackeado
A força policial que é suposto ser a perita na deteção e combate a fraude cibernética, foi ela própria alvo de hackers. Um sistema antigo e de relativa baixa importância que tinha diversas vulnerabilidades acabou por ser a porta de entrada que permitiu que hackers ganhassem acesso a outras máquinas do FBI, que foram posteriormente usadas para enviar e-mails com identificação válida do FBI mas com conteúdos maliciosos. 🤦♂️
Apple a apostar no right-to-repair
Quer dizer, não sei se a Apple está muito disposta a assumir já esta bandeira do right-to-repair. É certo que a Apple anunciou que vai providenciar em breve um serviço que permite aos seus clientes adquirirem as peças e materiais necessários para realizarem autonomamente as reparações dos seus dispositivos Apple em casa. Não sei é se a motivação é exatamente a mesma que a iniciativa do right-to-repair.
Parece-me antes que a Apple está aqui a tentar passar pelos pingos da chuva no que toca a uma guerra com a União Europeia (que provavelmente já sabem que vão perder) em tudo o que está relacionado com políticas e regulação de sustentabilidade como as questões da economia circular. Assim, com esta iniciativa, não só se safam de ter chatices legais neste campo, como até fazem boa figura.
Para o lado do consumidor, poderá ser realmente significativo. Ao menos, comprar as peças e materiais diretamente à Apple é uma espécie de garantia de qualidade. O único problema é que provavelmente vão ser vendidas ao preço do seu peso em ouro.
E já agora, fica uma dúvida: como fica a garantia nestes casos?
Recomendações de leituras para o fim de semana
Rest of World - Fifty percent of Facebook Messenger’s total voice traffic comes from Cambodia. Here’s why
Um relato interessante sobre como quando as plataformas não se dignam a providenciar as ferramentas que suportam todas as línguas escritas, as populações recorrem ao áudio e o impacto que isso tem na comunicação na internet.
Brevemente... no Um sobre Zero
Como por esta altura se comemoram os 30 anos do início da Internet em Portugal, decidi convidar aquele que foi o coordenador do projeto que tornou tudo isso possível.
Não percam na próxima segunda-feira.
Bom fim de semana