Um sobre Zero #36
Olá, eu sou o António Lopes e esta é a newsletter do Um sobre Zero, um podcast sobre o futuro da ciência e tecnologia.
Para entrar no fim de semana de bom humor

Anteriormente... no Um sobre Zero
Já ouviram o episódio 70 do Um sobre Zero?


Microsoft ❤️ Activision Blizzard
A notícia da semana na área do gaming: a Microsoft anuncia que pretende adquirir a Activision Blizzard e King, o grupo de estúdios de jogos, criadores de jogos como Warcraft, Diablo, Overwatch, Call of Duty e Candy Crush, por cerca de 69 mil milhões de dólares.
Este tipo de avanço por parte da Microsoft não é inocente, tendo em conta que é a empresa detentora da XBox (a eterna concorrente da Playstation) e isso ficou evidente com o facto da Sony ter perdido 13% na bolsa (que representa cerca de 20 mil milhões de dólares) após ter sido feito o anúncio por parte da Microsoft.
E porquê esta queda estrondosa? Por causa de coisas como esta (que mostram a grande dependência da Sony deste grupo):


Obviamente, a Sony já veio criar pressão na Microsoft:


Ao que a Microsoft respondeu:

Portanto, para já a Microsoft está a ser diplomata porque também lhe interessa manter a userbase vinda da Playstation para os jogos do grupo Activision Blizzard. Mas se a Playstation começar a ser um problema ainda maior para as aspirações da XBox, é possível que a Microsoft considere a hipótese de lançar jogos futuros exclusivos na XBox.
Canon a ensinar como enganar... a Canon
Esta história parece saída de um site de notícias falsas...mas não, é mesmo verdade. Tal como tantas outras indústrias, a Canon também está a sentir um impacto grande com a escassez de chips que assola todo o mercado tecnológico.
Neste caso em particular, a Canon não consegue ter stock suficiente dos chips que existem nos seus tinteiros - sim, aqueles chips que eles diziam que serviam para aumentar a qualidade e eficiência da impressão, mas que toda a gente sabe que servem apenas para impedir que as impressoras funcionem com tinteiros de outras marcas - e portanto, vê-se agora na posição difícil de ter de basicamente admitir que têm estado a mentir aos seus clientes e que afinal os tinteiros funcionam mesmo sem esses chips (sem afetar a qualidade ou performance da impressão).
Instagram deixa influencers monetizar os seus conteúdos
Está visto que a típica cultura de cópia vinda do Facebook continua forte no grupo Meta. O Instagram está a tentar instituir o modelo OnlyFans na sua plataforma, isto é, permitir que os criadores de conteúdos possam oferecer modelos de subscrição para monetizar os seus conteúdos através de micro-pagamentos.
Por enquanto, é uma funcionalidade em testes e só está disponível a um grupo específico de influencers, mas se tiver sucesso, é algo que poderá ser alargado a todos os utilizadores. Mas ao contrário do modelo OnlyFans (que toda a gente sabe muito bem o que é oferecido por lá), não me parece que haja assim tanto conteúdo no Instagram que vá originar uma grande onda de subscrições.
Boa Ciência: mobilidade para paraplégicos
Vocês já sabem o quanto eu gosto destes exemplos de ciência e tecnologia a trabalhar para melhorar as condições de vida daqueles que mais precisam. E neste caso, é mais um avanço interessante na possibilidade de permitir recuperar mobilidade básica naqueles que a perderam totalmente, como é o caso de paraplégicos ou pacientes com outro tipo de limitações.
O exoesqueleto desenvolvido pela empresa Francesa Wandercraft permite a estas pessoas trabalharem na sua fisioterapia, mimicando a mobilidade dita normal, e assim garantir uma melhor recuperação de movimentos. O desenvolvimento deste tipo de tecnologia pode mesmo um dia permitir que estas pessoas recuperem a mobilidade total e consigam levar uma vida normal.
Usar a fama para o bem
Já são jogadores do Wordle? Não? Deviam. É um jogo simples e interessante que acabou por se tornar viral nas últimas semanas. Só dá para jogar no browser (porque é um site) e o criador do mesmo não se mostrou interessado em portar o jogo para outras plataformas.
Isso, naturalmente, não impediu que outros se aproveitassem da fama do jogo para tentar ganhar algum dinheiro vendendo clones do jogo nas app stores. Mas uma app em particular, apesar de se chamar Wordle, não é na verdade um desses clones que só está a tentar ganhar dinheiro.
A app Wordle!, que já existe na App Store da Apple há mais de 5 anos, é um outro jogo de palavras não relacionado com o agora famoso Wordle. No entanto, esse jogo nunca teve a notoriedade que o seu criador esperava nessa altura e portanto, por ali ficou adormecida na App Store durante estes 5 anos.
Agora com a recente fama do site Wordle, também esta app do mesmo nome viu a sua popularidade aumentar exponencialmente, sem qualquer intervenção do seu criador original. Independentemente disso, Steven Cravotta, mostrando ser um ser humano como deve ser, decidiu entrar em contacto com o criador do mais recente Wordle, para dizer que vai doar o dinheiro que receber por esta fama inesperada a causas que eles consideram adequadas.
Caso queiram conhecer mais detalhes sobre a história, podem ver esta thread no Twitter:





Recomendações de leituras para o fim de semana
A propósito de um tweet do Elon Musk e de uma resposta um pouco mais frontal sobre a necessidade de investir em tecnologia de ventres sintéticos, dois dos comentadores que eu gosto de seguir comentaram sobre este potencial futuro. Achei ambos os comentários bastante interessantes e recomendo a leitura:
Galaxy Brain - Builder Brain
Noahpinion - I can only promise you that it’s going to get weirder
Brevemente... no Um sobre Zero
Infelizmente, a Ómicron bateu forte cá em casa e ainda não estive com a voz em condições para fazer gravações. Vai atrasar um pouco os próximos episódios mas eles hão-de aparecer.
Nota final
E o Baby Shark tornou-se no primeiro vídeo do YouTube a chegar aos 10 mil milhões de visualizações. O que é que isto diz sobre a nossa sociedade?
Bom fim de semana