Um sobre Zero #11
Olá, eu sou o António Lopes e esta é a newsletter do Um sobre Zero, um podcast sobre o futuro da ciência e tecnologia.
Para entrar no fim de semana de bom humor
Este jogo, em que temos de tentar evitar aceitar os termos e condições de um site, está simplesmente genial: https://termsandconditions.game
Experimentem e vejam se conseguem chegar ao fim sem aceitar nenhum popup.
Obrigado, Rui, por me dares a conhecer o jogo.
Anteriormente... no Um sobre Zero
Esta semana saiu o episódio 58, a primeira parte de um conjunto de dois episódios sobre o futuro das cidades, com os convidados João Mourato (Investigador no ICS-UL) e Sara Eloy (Professora DAU-Iscte e Dir. ISTAR-Iscte).
Neste primeiro episódio de dois episódios sobre esta temática do futuro das cidades, falámos essencialmente sobre a origem das cidades, o impacto que a pandemia teve nas mesmas e o que aprendemos para as melhorar.
As notícias da semana
Simplificar o contacto com os familiares séniores
É sabido que nem todas as gerações conseguem acompanhar a evolução das tecnologias e à medida que os mais jovens vão adotando novas formas de comunicação, os mais séniores podem ficar para trás. Este projeto ternurento de um neto para a sua avó, é uma iniciativa importante para tentar diminuir esse obstáculo na comunicação entre gerações com um grande gap tecnológico.
O aparelho, de seu nome Yayagram, usa um Raspberry Pi4, LEDs, uma impressora térmica, um microfone e alguns botões e ligações, para criar um dispositivo que simplifica a comunicação entre uma avó e todos os seus netos. A avó grava a mensagem no aparelho, e esta é enviada para o neto ou neta escolhido através da app Telegram. Quando o respetivo neto ou neta respondem à mensagem, esta é enviada de volta ao aparelho e é impressa automaticamente com a tipografia adequada para a avó poder ler as respostas.
Que projeto bonito.
Crowdsourcing para Suporte Básico de Vida
Mais uma ideia interessante e que funciona à base de voluntários. Uma aplicação móvel, na Dinamarca, é usada como mecanismo de emergência para dar suporte básico de vida através de um conjunto de voluntários com a formação adequada.
O funcionamento é simples: os voluntários, que têm de ter a formação de primeiros-socorros (eu próprio já fiz essa formação, poderia participar neste tipo de iniciativa), registam-se na aplicação e recebem uma notificação vinda do serviço nacional de emergência quando alguém que esteja perto da sua localização precisar de ajuda. O facto de estarem perto da ocorrência, significa que podem chegar ao local mais rápido que a ambulância, e os minutos extra que se ganham no processo podem fazer a diferença.
Esta iniciativa, tão simples, permitiu melhorar a taxa de sucesso de resolução de paragens cardiorespiratórias (fora do contexto hospitalar) de 4% para 16%. É de valor.
Pensar para escrever num computador
Tudo o que seja para ajudar pessoas que, devido às suas limitações motoras, não conseguem comunicar adequadamente, é sempre bem vindo. Neste caso, estamos a falar de um interface cérebro-computador que permite transformar "pensamentos" em escrita em computador.
Este novo interface poderá dar a pessoas paralisadas a capacidade de comunicarem por escrito sem terem que usar as mãos e de forma mais rápida do que outros interfaces
Por enquanto, este tipo de tecnologia é muito difícil de implementar e calibrar, sendo altamente customizada. Razão pela qual é especialmente usada para estes fins de ajudar pessoas com limitações motoras. Mas quando este tipo de tecnologia evoluir, pode ser que um dia, qualquer pessoa possa simplesmente "pensar" para transmitir informação para um dispositivo, abandonando de vez esta forma "primitiva" de ter de usar os dedos para comunicar informação.
Amazon não deixa a polícia usar o Rekognition
A pressão gerada por causa da ineficácia da tecnologia de deteção facial, em particular com minorias raciais, fez com que a Amazon tivesse de ceder e manter a suspensão já estabelecida antes para impedir que as autoridades policiais possam usar a sua plataforma de deteção facial, de nome Rekognition.
China aterrou em Marte
A Agência Espacial Chinesa conseguiu aterrar o seu robot na superfície de Marte. É agora o segundo país do planeta Terra a conseguir fazê-lo. E mesmo assim gastou menos de metade do que o Governo Português já gastou com o Novo Banco.
Há agora mais robots em Marte do que há computadores em minha casa.
Recomendações de leituras para o fim de semana
The Atlantic - How mRNA Technology Could Change the World
Leitura muito interessante sobre o potencial da tecnologia que ganhou agora notoriedade com as vacinas contra a COVID-19, o mRNA, conhecido também como RNA mensageiro. Segundo os testemunhos daqueles que são os investigadores que durante anos apostaram nesta abordagem, ainda só estamos no início. Esta tecnologia pode mesmo mudar muitos outros aspetos do aumento da qualidade de vida humana.
Recomendações de podcasts para o fim de semana
The Daily - A Vast Web of Vengeance - Part 2
Na edição #6 da newsletter, eu recomendei um episódio do podcast do New York Times (The Daily), A Vast Web of Vengeance, que falava sobre uma história assustadora de como uma pessoa com um rancor bem marcado, decide fazer a vida de outras pessoas um inferno através da difusão de mentiras sobre elas na Internet.
Neste segundo episódio da mesma temática, a equipa do NY Times decide aprofundar mais a investigação e acaba por descobrir um negócio totalmente vertical que vive à custa da destruição da reputação de pessoas. Apesar deste episódio ser bastante perturbador, é altamente recomendado ouvirem.
Brevemente... no Um sobre Zero
No próximo episódio do Um sobre Zero (que provavelmente sairá na próxima segunda-feira), correspondente à segunda parte dos 2 episódios sobre o futuro das cidades, iremos abordar a parte mais futurista e falar sobre smart cities e outras tecnologias que podem ajudar na evolução e projeção das cidades do futuro.
Nota final
Se começasse a fazer sessões no Twitter Spaces de comentário sobre estas notícias, vocês gostariam e iriam assistir? Gostava de ouvir o vosso feedback.
Bom fim de semana