Olá, eu sou o António Lopes. Bem vindos a mais uma edição da newsletter Um sobre Zero.
Previsões para 2024
Estamos no arranque de um novo ano. É a altura de refletir sobre o que passou e em que antevemos o que irá passar. 2023 foi, no mínimo… interessante. Não vou falar da faceta política e social do planeta porque não é essa a principal área desta newsletter, embora tenhamos que admitir que os conflitos militares e manobras políticas que foram acontecendo este ano, têm (e terão) depois uma grande influência no resto das áreas. Mas aqui tenciono de facto focar-me mais naquilo que são as minhas perspetivas do que podemos esperar para o ano de 2024 na área da ciência e tecnologia.
Inteligência Artificial
A IA generativa vai continuar a ser o grande tema de discussão na área da Inteligência Artificial, não só porque espero que surjam mais uns avanços interessantes, como também vai enfrentar alguns desafios complicados que poderão definir o seu futuro:
Ubiquidade da IA Generativa
A IA generativa vai, sem dúvida, tornar-se mais ubíqua. O foco vai estar mais nos produtos que resultam da aplicação dos modelos (e menos nos modelos em si) e a presença da IA generativa vai-se fazer sentir mais no nosso dia-a-dia, à medida que vamos tendo pequenos contributos da IA nas coisas que já usamos mais na nossa vida: no e-mail, nas mensagens, na produção de conteúdo, no entretenimento, etc.
À medida que vamos fazendo mais uso, essa presença vai parecer cada vez mais natural e menos forçada, da mesma maneira que hoje em dia já nos habituámos à forma como o auto-correct faz parte do nosso processo de escrita e até estranhamos quando não o temos (e percebemos que somos péssimos a escrever em ecrãs táteis).
O grande teste à IA Generativa
Vamos ter um teste fabuloso à capacidade da IA generativa ser um motor de bem ou de mal na sociedade: as Eleições Presidenciais Americanas. Durante todo o ano vamos ter constantes oportunidades para ver como a IA pode ser usada para promover ou prejudicar a imagem dos candidatos nessas eleições.
Mas a minha previsão é de que, neste caso, a IA generativa vai ser uma montanha que pariu um rato. As técnicas atuais de manipulação social e influência política dos eleitores já funcionam suficientemente bem sem recorrer a IA e duvido que este seja um factor verdadeiramente impactante na sociedade americana. O povo americano já está bastante fracionado, e como tal, duvido que seja a IA generativa que vai ser o elemento extra que vai polarizar ainda mais esta eleição. Vai influenciar, com certeza, mas não ao nível que muitos acham que vai.
Mas pronto, cá estarei no final de 2024 para ver se estou certo ou errado.
O segundo grande teste à IA Generativa
O desfecho do caso que foi agora lançado em tribunal pelo New York Times contra a OpenAI e a Microsoft vai ser muito mais importante do que se pensa, por causa de se focar na lei de copyright (e direitos associados). Se por acaso o NY Times conseguir provar efetivamente que os modelos da OpenAI estão a violar os direitos de copyright do jornal, a consequência disto pode ir muito além da simples recompensa financeira (que até pode ser muito avultada).
Isto pode definir a forma como os conteúdos de websites (e outras fontes) podem ser usados (ou não) no treino de LLMs (através da doutrina do Fair Use) e vai obrigar empresas como a OpenAI a ter de fazer uma escolha importante: ou pagam licenciamento para usarem os conteúdos (que pode ser muito elevado dado que os geradores dos conteúdos passam a ter um poder negocial enorme após este caso); ou decidem não usar estes conteúdos e arriscam produzir modelos com qualidade muito inferior. E a consequência pode ser ainda pior se isto se aplicar retroativamente, o que significa que a OpenAI terá de “destruir” o atual GPT-4 (e outros modelos que façam uso destes datasets do NYT) e retreinar o modelo sem isso. Ou então decidir pagar milhares de milhões de dólares ao NYT e arriscar tornar-se alvo de mais casos semelhantes noutras fontes.
Contudo, isto poderá não ser uma previsão para 2024, uma vez que, quase de certeza, este caso irá arrastar-se durante muito tempo (com constantes recursos) até chegar ao Supremo Tribunal dos EUA, o que significa que provavelmente só terá consequências em 2025.
Especialização de Modelos
Estou convencido que 2024 vai ser o ano em que muitas empresas, investigadores e developers do open-source vão perceber que a perseguição de modelos gigantescos e super-poderosos que são capazes de lidar com todo o tipo de conteúdos e assuntos, apesar de interessantes, não compensam o investimento de tempo e dinheiro que lhes é exigido. A contra-partida é que vamos começar a ver muito mais investimento na especialização de modelos e afinação de modelos para fins muito mais específicos.
A esmagadora maioria das empresas não precisa de um modelo capaz de lidar com todo o tipo de inputs, mas sim de modelos bem especializados que sejam muito bons a lidar com aspetos específicos da sua operação do dia-a-dia. Seja no desenvolvimento de código e software, seja na análise de dados, seja na produção de conteúdo, seja na investigação médica (e muitas outras áreas) vamos ver surgir todo um manancial de modelos de IA generativa bastante mais especializados.
E verdade seja dita, mesmo que a OpenAI tente esconder isso, cada vez fica mais evidente que aquilo que nós conhecemos como GPT-4 (e outros que aí virão) é na verdade um conjunto de modelos especializados que estão feitos para trabalhar em conjunto para dar uma aparência de um modelo todo-sabedor.
O Crescimento do Open-Source
No rescaldo do que aconteceu na OpenAI, muita gente percebeu que a dependência total num fornecedor de serviços de IA generativa para suportar produtos, não é boa ideia. Isso aliado ao ponto anterior em que vai haver um crescimento na necessidade de modelos mais especializados, prevejo que as iniciativas open-source nesta área da IA generativa vão aumentar brutalmente. Não só isso, prevejo também que os modelos que daí surjam tornem-se suficientemente bons para competir com os modelos big tech, pelo menos para as necessidades básicas da maioria das empresas e indivíduos.
GPT-5 no Verão
Por esta altura, o treino do GPT-5 já deve estar terminado e imagino que a OpenAI vai estar o primeiro semestre de 2024 a testar os limites do GPT-5, com muito red-teaming e beta-testing com investigadores da área (hello, OpenAI, eu estou disponível para testar, wink, wink, nudge, nudge). Portanto, a minha previsão é de que o GPT-5 surja para consumo público algures ali por junho/julho de 2024.
Prevejo também que o GPT-5 vai desempenhar um papel importante naquilo que é a discussão sobre a suposta “inteligência” e “capacidade de raciocínio” dos LLMs e o debate sobre se a Inteligência Artificial Generalizada já foi atingida ou não. Esta previsão advém do facto de eu estar convencido que eles vão focar-se na extensão das capacidades destes modelos com a adição de componentes de planeamento automático, que permitirão que os modelos demonstrem capacidade real para resolução de problemas complexos de forma estruturada e precisa.
Mais produtos, menos modelos
2024 vai marcar uma transição na forma como discutimos a IA generativa. Apesar de prever que o GPT-5 ainda vai gerar muita discussão (como referido no ponto anterior), acho mesmo que este vai ser o último modelo que vai ser amplamente discutido. O foco vai começar a mudar para os produtos propriamente ditos. Da mesma maneira que hoje em dia já ninguém compara os tamanhos dos processadores e memórias dos smartphones (e focamos essencialmente nas features e user experience que estes oferecem), os concursos fúteis de comparação de tamanhos dos modelos vai acabar. Cada vez mais, as pessoas vão querer perceber como é que este tipo de modelos as podem ajudar no seu dia-a-dia. E isso vai sentir-se nos produtos que daí advêm, não dos resultados de benchmarks dos LLMs.
Redes Sociais
Confesso que em 2023 eu perdi completamente a vontade de interagir com a maioria das redes sociais, o que torna muito difícil para mim fazer previsões sobre esta temática para 2024. Mas vamos lá tentar.
Twitter (agora X)
O X ainda é a rede que faço algum uso mas que está a tornar-se cada vez menos apelativa. O algoritmo de recomendação está a revelar-se cada vez pior e susceptível aos manipuladores que por lá andam. Esta malta rapidamente percebe o que o algoritmo está predisposto a promover e, como tal, compõem tweets (xeets?) que são especificamente virados para essa tentativa de viralidade, mas que são muito vazios de conteúdos útil. Com a utilização de IA generativa, isto está a tornar-se ainda pior, o que significa que a utilidade do X para mim está a descer a pique.
E suponho que a experiência não é muito diferente para os restantes utilizadores da rede. Portanto, a minha previsão para o X em 2024 é que o declínio irá continuar, mas duvido que seja mesmo o ano da morte desta rede social.
Resta agora tentar prever o que o Elon Musk irá fazer. Irá vender a empresa para se livrar deste problema? Irá declarar falência? Já desisti de tentar analisar a mente daquele homem portanto, não consigo mesmo fazer aqui uma previsão.
Instagram/Threads
O Instagram tornou-se bastante fútil, pelo menos para mim, onde só me aparecem conteúdos de influencers (e influencers wannabes) a promover alguma coisa ou a falar do assunto da moda (guerras, política, IA, etc.) sem qualquer competência para o fazerem. No entanto, este tipo de conteúdo virado para o consumo é de facto apelativo para muita gente. E isto aliado ao facto do Instagram (e Facebook) ter uma das melhores redes de anúncios da Internet, não estou a ver isso a diminuir tão cedo. Portanto, 2024 vai representar, na minha opinião, ainda mais crescimento para o Instagram.
O Threads ainda está naquela fase de lua-de-mel e toda a gente, incluindo os recém-chegados Europeus, estão derretidos com a jovialidade e optimismo do “novo Twitter”. Eu também não sou indiferente a este ambiente e vou lá de vez em quando lavar as vistas da toxicidade do X, mas ainda não consegui escrever um único post, tal é a minha desconexão e desmotivação com redes sociais. Se juntarmos esta onda de optimismo do Threads, com a capacidade de venda do Instagram, com o declínio do X, e com o potencial de juntar o Threads ao Fediverse, prevejo que o Threads conseguirá ultrapassar o X (em termos de volume de posts e de utilizadores) em 2024.
Não é a minha rede há muito tempo. Cada vez que lá vou sinto-me um forasteiro que chegou à cidade e já não reconhece nada do que lá existe agora. A podridão de discussões de cancelamento e animosidade política e social que se vê por lá é completamente desmotivadora. Mas tal como o Instagram é virado para o consumo e resulta, o Facebook é voltado para esta faceta da sociedade e também resulta. Portanto, duvido que 2024 seja muito revelador de uma grande mudança nesta rede social. É possível que haja algum declínio de utilizadores mas a ligação com o Instagram/Threads pode ser uma bóia de salva-vidas que vai mantendo o Facebook à superfície.
O LinkedIn tem sido uma constante surpresa para mim ao longo dos anos. Eu era bastante céptico com esta rede social no início, mas a verdade é que à medida que a vou utilizando cada vez mais, o LinkedIn tem-se revelado muito útil e interessante. É claro que também há lá muitos “influencers” e muitos “especialistas em tudo” mas lá pelo meio há conteúdos relevantes e de criação potencial de ligações com outras pessoas e geração de projetos. Não consigo prever que 2024 vá ser um marco do crescimento do LinkedIn, mas também não vejo razão para considerar que 2024 irá representar o declínio desta rede social.
TikTok
Esta sim, é a minha rede guilty pleasure. É aquela para onde eu me escapo de vez em quando porque é de facto a rede social que consegue dar o que é esperado dela. Eu continuo sempre espantado com o facto do TikTok conseguir adaptar-se constantemente e mostrar-me conteúdo que é (quase) sempre relevante para mim. Entre curiosidades científicas, DYI, receitas, agricultura, IA (óbvio) e alguns funny-videos pelo meio, o TikTok é mesmo o meu refúgio da recompensa imediata, o shot de dopamina que preciso de vez em quando. E, no geral, consigo controlar-me perfeitamente para que não se torne um vício (eu nunca fui de vícios).
Esta minha utilização da rede pode ser muito biased, mas a verdade é que sinto que esta experiência deve ser a partilhada por milhões de pessoas no mundo inteiro. Por isso, acredito mesmo que 2024 continuará a ser um ano de crescimento constante para o TikTok. Para além desse crescimento, o TikTok também tem mostrado que tem potencial para tornar-se lucrativo com a integração do marketplace diretamente na rede (sem que os utilizadores precisem de sair da app para fazer uma compra), o que poderá fazer com que esta rede consiga vir roubar uma fatia considerável de utilizadores do Instagram.
Internet
A Internet continua a ser um marco importante da civilização humana que, com os seus altos e baixos, continua a ter (na minha opinião) um saldo positivo na sociedade. O avanço e progresso da sociedade causado pela Internet é inegável e merecedor da nossa admiração. Mas isso não significa que temos de deixar de ser vigilantes, principalmente agora em que a introdução da IA generativa apresenta uns desafios interessantes.
Motores de pesquisa
Não sei como é que é a vossa experiência dos últimos anos com motores de pesquisa, mas a minha tem-se tornado sofrível. Pesquisar no Google (ou serviços semelhantes) é agora uma experiência muito menos mágica do que era quando comecei a usar o serviço. Os resultados de pesquisa estão agora populados só com duas coisas: anúncios e manipuladores de SEO.
Os anúncios ainda percebo que surjam porque faz parte deste mecanismo de monetização da plataforma de pesquisa, que nos permite usá-la gratuitamente. Agora os conteúdos criados especificamente para fazer manipulação de SEO para aparecerem nos primeiros resultados mas que são vazios de conteúdo útil e que são só páginas cheias de anúncios, fazem-me perder completamente a paciência. E por mais incrível que pareça, vejo-me obrigado a várias vezes recorrer às páginas seguintes para encontrar conteúdo realmente útil e bem intencionado.
Como já referi anteriormente, a Google não parece estar muito interessada (ou não está motivada) em mudar este ecossistema, pelo menos enquanto for tão lucrativo. Mas, na minha opinião, 2024 poderá marcar uma mudança interessante nesta área. A introdução da IA generativa na pesquisa vai mostrar uma alternativa um pouco mais sóbria (como se tem vindo a testemunhar em ferramentas como o novo Bing Chat). Contudo, não há milagres, não nos podemos esquecer que os conteúdos que estes LLMs vão usar para pesquisar são os mesmos que nós já podemos pesquisar neste momento. A única diferença é que os LLMs é que vão ter o trabalho de vasculhar os resultados para encontrar as informações que nos são úteis.
Comunicação Social
Se a minha previsão do ponto anterior se concretizar, 2024 vai revelar também um futuro muito negro para os órgãos de comunicação social (OCS). A utilização de serviços de pesquisa baseada em LLMs vai fazer com que as pessoas deixem (ainda mais) de visitar os sites dos OCS, uma vez que conseguem obter a informação essencial diretamente no serviço de pesquisa. E uma vez que a experiência de visitar os sites dos OCS está cada vez pior (também cheia de anúncios e de notícias com pouca qualidade por causa da máxima de “ser o primeiro, não o verdadeiro”), a procura deste tipo de fontes de informação vai naturalmente baixar ainda mais.
Isto vai continuar a alimentar a discussão da forma como os OCS devem ser (ou não) compensados por estas empresas pelo facto de lhes “roubarem” tanto tráfego. Mas esquecendo agora essa parte, os OCS têm aqui uma oportunidade de se destacarem num dos papéis que devem assumir na sociedade. Numa era de IA generativa, a desinformação e a manipulação das notícias precisa de ser combatida, e o papel dos OCS como fontes de verdade e confiança é essencial. Mas para isso, os OCS têm mesmo de fazer o esforço de se afirmarem nesse campo dos verificadores de factos para que o público possa confiar e recorrer a eles quando necessário.
Da mesma forma, numa era de excesso de informação (potencialmente agravada pela IA generativa), a curadoria da informação e a opinião formada e cuidada sobre os assuntos da atualidade é sempre apreciada. Por isso mesmo é que prevejo que em 2024 vamos ver OCS a fazerem um rebranding para se assumirem como as fontes de “slow-news”, fugindo ao imediatismo e às notícias alarmistas, com um enfoque muito maior na opinião e análise dos factos. Vejo aqui um paralelismo com o artesanato que é cada vez mais valorizado pelo seu cuidado e qualidade na criação de produtos, quando comparado à homogeneidade e inferior qualidade da produção industrial. E pode ser que com isso, os OCS consigam realmente criar uma perspetiva diferente que faça o público sentir que deve pagar para ter acesso às notícias.
Ciência
2024 poderá ser marcante nalguns avanços científicos em particular e alguns deles impulsionados, mais uma vez, pela introdução da IA generativa.
Vacinas
O grande teste que foi a COVID-19 na produção em tempo recorde de vacinas à base de mRNA, provou que esta tecnologia pode ser usada noutras áreas. Já se começaram a ver propostas de vacinas à base de mRNA para combater, por exemplo, alguns cancros. Prevejo que 2024 se revele um marco importante, uma vez que será neste ano que se irão iniciar alguns dos ensaios clínicos que visam comprovar (ou não) a eficácia das vacinas para este tipo de doenças.
IA na medicina
O potencial da IA na medicina não é nada recente, e na última década temos vistos avanços impressionantes que mostram claramente que há muito potencial para melhorar a eficácia e eficiência de muitos processos clínicos e de investigação na saúde. 2024 vai reforçar ainda mais essa parceria entre a IA e a medicina, mas há umas quantas áreas que acho que se vão destacar em particular.
Uma delas é a aplicação de LLMs como ferramenta de interação entre médico-paciente. Já houve alguns estudos no passado sobre isto que mostraram que, apesar de haver potencial para melhorar a comunicação entre as equipas clínicas e os seus pacientes, há ainda alguma resistência por parte das pessoas em interagirem com chatbots. Os avanços que se vão sentir ao nível dos LLMs em 2024 vão ser, na minha opinião, suficientes para mudarem o paradigma da percepção das pessoas para o uso de algumas destas ferramentas na interação com médicos.
Outra área é a utilização da IA para acelerar os processos dos ensaios clínicos e criação/produção de novos fármacos. Há fases nestes processos que são muito intensivas e demoradas em termos de testes, experiências e análise de dados. Estas são tarefas que vamos ver serem optimizadas em 2024 usando modelos de IA específicos para esses fins. O tempo que se ganha nesses processos poderá ter um impacto muito positivo na vida das pessoas que precisam de inovações na saúde para tratar certas doenças incuráveis (por enquanto).
Isolamento e solidão
Cada vez mais vemos o surgimento de produtos que se baseiam na personificação de LLMs para oferecer experiências de interação social, seja pelo entretenimento (com ferramentas que nos permitem falar com figuras importantes do passado), seja pela procura de companheirismo. E a conjugação destes produtos numa sociedade que é cada vez mais abalada por uma epidemia de isolamento e solidão (principalmente exacerbada por uma pandemia) pode ter um resultado devastador.
Este companheirismo virtual e artificial oferecido por modelos que estão feitos para responder cegamente às necessidades dos seus interlocutores poderão amplificar o isolamento social e ter consequências bem sérias na sociedade. Prevejo que 2024 vai ser o ano em que esta discussão vai ganhar muito protagonismo, principalmente a nível de estudos psicológicos e sociológicos sobre este fenómeno.
Nota final
Um bom 2024 para todos os leitores do Um sobre Zero!
Até à próxima!
António Lopes